É sabido que, nos dias de hoje, é recomendado, pela Organização Mundial de Saúde, o uso de máscara por parte de todos os membros, incluindo os membros saudáveis. É importante referir que este artigo de proteção deve ser utilizado como parte de uma estratégia global na luta contra a COVID-19, pois este por si só não protegerá a população do vírus. Posto isto, é necessário aliar esta prática à correta e constante lavagem das mãos com água e sabão ou álcool gel 70% e ao distanciamento social.
Ainda não há provas científicas diretas de que existem benefícios na utilização de máscaras por membros saudáveis no contexto comunitário, existindo, neste caso, prós e contras. No entanto, a decisão da Direção Mundial de Saúde da obrigatoriedade do uso de máscara por parte de todos os indivíduos, foi instigada pela preocupação de que o vírus se espalhasse a partir de pessoas infetadas assintomáticas e tendo em consideração que o distanciamento físico se torna custoso em certas situações.
A OMS sugere que os indivíduos saudáveis façam uso de máscaras de tecido caseiro ou comercialmente disponíveis. O público em geral deve ser encorajado a usar máscaras médicas e não médicas em comunidades com transmissão ou suspeita de transmissão do vírus, vejamos:
Em áreas com transmissão generalizada conhecida ou suspeita e capacidade limitada ou inexistente para implementar outras medidas de confinamento como o distanciamento físico, rastreio de contactos, testes adequados, isolamento e tratamento de casos suspeitos e confirmados, a população em geral em locais públicos (ex.: mercearias, reuniões de massa, locais fechados, incluindo escolas, igrejas, mesquitas...) deve fazer uso de máscara não médica com o propósito de controlar a fonte.
Em locais com elevada densidade populacional onde não é possível alcançar o afastamento físico e em locais onde a capacidade de vigilância e ensaio e as instalações de isolamento e quarentena são limitadas, as pessoas que vivam em condições de dificuldade de acesso e em contextos específicos (ex.: campos de refugiados, campos semelhantes a acampamentos, bairros de lata) devem fazer uso de máscara não médica com o propósito de controlar a fonte.
Em cenários em que não é possível alcançar um distanciamento físico (contacto próximo), o público em geral nos transportes (ex.: autocarro, avião, comboio) e as pessoas sujeitas a condições de trabalho específicas que colocam o trabalhador em contacto próximo ou potencial contacto próximo com outros (ex.: assistentes sociais, caixas, serventes…) devem fazer uso de máscara não médica com o propósito de controlar a fonte.
Em cenários em que não é possível obter um distanciamento físico e há um risco acrescido de infeção e/ou resultados negativos, as populações vulneráveis, ou seja, as pessoas com idade superior ou igual a 60 anos, as pessoas com doenças cardiovasculares ou diabetes, doenças pulmonares crónicas, cancro, doenças cerebrovasculares, imunossupressão, devem fazer uso de máscara médica com o propósito de proteção.
Em qualquer contexto na comunidade, as pessoas com qualquer sintoma de COVID-19, devem fazer uso de máscara médica com o propósito de controlo da fonte.
As máscaras recomendadas pela OMS devem:
Ter no mínimo 70 % de filtração de partículas sólidas ou de filtração por gotículas;
A respirabilidade- diferença de pressão através da máscara à medida que se respira, relatada em milibares (mbar) ou pascals (Pa)- deve ser inferior a 49 Pa/mc2 para uma máscara médica;
A respirabilidade- diferença de pressão através da máscara à medida que se respira, relatada em milibares (mbar) ou pascals (Pa)- deve ser inferior a 100 Pa para uma máscara não médica;
O fator de qualidade do filtro (Q)- função da filtração e da respirabilidade- para uma máscara de tecido caseiro deve ser pelo menos Q de 3.
Analisando uma montagem adequada da máscara e incorporando os melhores materiais e método de estratificação, a OMS determinou que é necessário um mínimo de três camadas para as máscaras de tecido, sendo que podem precisar de mais, dependendo do tecido utlizado. Portanto, a combinação ideal de material para máscaras não médicas deve incluir:
Uma camada interna de material hidrofílico (algodão ou misturas de algodão);
Uma camada externa de algodão hidrofóbico (polipropileno, poliéster ou misturas) que pode limitar a contaminação externa desde a penetração até ao nariz e à boca do utilizador;
Uma cama hidrófoba média de material não tecido sintético com o polipropileno ou uma camada de algodão que pode melhorar a filtração ou reter gotículas. Uma máscara com estas especificações poderia impedir que as gotículas de um individuo infetado com a COVID-19 passassem e infetassem um indivíduo saudável.
As máscaras têm como função o controlo da fonte e não a proteção pessoal uma vez que auxiliam o indivíduo que a usa a não espalhar o vírus, mas não o protegerá de ser infetado quando em contacto com um indivíduo portador do vírus. Por essa razão, e como já referido, é de extrema importância que o uso da máscara seja acompanhado do distanciamento social e de uma lavagem correta e constante das mãos com água e sabão ou álcool gel 70%.
A OMS recomenda também que, nas áreas em que o vírus se esta a espalhar, todos os profissionais de saúde façam uso de máscaras médicas, mesmo não estando a tratar doentes portadores do vírus. Nas zonas em que o vírus se espalhou, devem usar máscaras médicas todas as pessoas com idade superior a 60 anos ou com problemas de saúde, quando não for possível o distanciamento físico.
Nas duas imagens seguintes é ilustrado como de deve usar uma máscara de tecido não-médico com segurança e como usar uma máscara médica com segurança.